sábado, 11 de dezembro de 2010

Perdas e ganhos - (des)configurações


Na maioria das vezes que tenho vontade de escrever, falta um assunto especifico (ignorem a ausência dos acentos agudos... alias, este vai ser um dos temas de hoje). Tenho vontade de escrever sobre pequenas coisas, sobre os detalhes, sobre aqueles momentos engraçados qua a gente nunca esquece e sempre relembra.
O teclado deste netbook nasceu desconfigurado - estrangeiro de si mesmo - disposto em francês, mas desconfigurado. Enfim, estava aprendendo a usa-lo não de acordo com a marcação das letras nas teclas, mas de acordo com a pratica adquirida pelo uso constante da configuração brasileira. Enfim, o "a" ficava no lugar do"q" e vice-versa; o "z" no lugar do "w" e vice-versa; o "?" levei meses para encontrar... e assim por diante.
Na quinta, levei a pequena maquina ao marcelo (que salvou minha defesa de tese - via celular! sim, o cara é um gênio) pra me ajudar numas instalações e, para minha surpresa, ele havia arrumado a configuração do teclado: ou seja, teclar nas letras impressas significava visualiza-las diretamente na tela. Tranquilo, nada esquizofrênico.
Apesar de ver a letra que devo digitar, estava tão acostumada ao seu "devido" lugar (subjetivado pelo habito), que, agorae ainda, troco o "q" pelo "a", assim como as demais.
Isso me levou à seguinte questão: como digitamos? pelo habito ou pela visualização?
Ah, e os pequenos detalhes: acho que o acento agudo não existe em francês (a não ser no "é" - mas este ja vem pronto, asssim como o "ç").
Moral da historia: o ganho sempre vem com a perda e vice-versa, logicamente.

domingo, 5 de dezembro de 2010

pensamentos de domingo... kinda nonsense. but what isn't?

leva apenas alguns minutos, uma notícia, uma mudança de prosa e rumo para assoprar da mente os fantasmas/fantasias que a corróem: célula por célula, imagem por imagem, som por som. tamanha sucetibilidade. isto pode também ser efeito de tantas séries de zumbis que venho assistindo ultimamente. é aquela sensação constante de me sentir assim: meio morta-viva, passiva à vida, em um cenário que mesmo tão amplo, continua cenário. tudo posto em cena para uma ação, geralmente repetida. trata-se da provocação instutuída e restituída pelo waking life. está pronto? não, agora não, ainda não, quem sabe daqui a pouco, certamente daqui a uns dois anos... mas a hora é sempre agora, nunca depois, nem antes. tá a fim de encarar? 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Problemas da centralização

Demoro um pouco para me dar conta das contas. Não contas referidas a pagamentos, nem contas numéricas - estas, adoro! sou viciada em sudoku - mas nas contas da internet.
Em função da unificação/centralização das minhas contas na super-conta google, me dei conta - sim, existe esta conta também - de que estava vinculada a duas contas diferentes... é difícil contar "o causo".
Vejamos: orkut vinculado a uma conta google e gmail, a outra.
Quando resolvi iniciar este blog e expor todas minhas questões mais neuróticas e compulsivas (vide a comparação entre as contas... what the f...???) e palhacentas e quase-que-necessárias, deu pau nas contas. Meu perfil aparecia "todo zoado" nos blogs alheios - enfim, não estava conseguindo vincular as contas em uma só e, num súbito extremamente esquizofrênico - estava literalmente dividida em dois perfis - desvinculei-me do orkut.
É muita conta para dar conta: agora, em termos de redes sociais, só facebook.
Cara limpa em um só perfil.
Para os amigos desvinculados, o acesso é fácil: marina cabeda egger moellwald.
Não tem erro. 
(Devo ter começado a aprender a contar pelas letras do nome...)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010


O que eu queria mesmo era ter escrito isso antes, um pouco depois do momento sublime. mágico. Mas é aquela coisa, ou se está lá - e em mais nenhum outro lugar - ou não se vive a experiência eterna do momento presente. Here, today. Homenagem ao John - If you were here today. E nós estávamos. Uma multidão de vozes e corpos urgentes imersos em água salgada de emoção. Realmente, esta experiência trata quase de um não-dito, de um impossível de descrever: de um quase-trauma. A união ressoando give peace a chance - quase como um pulsar cardíaco - abre espaço, mais espaço. Cava fundo em uma imensidão potente. Assim como a umidade que se fez capturar na lente, Paul sai do palco e se transforma em pontos brilhosos de um verde-universo. Pura magia. Ainda imersa nesta energia, tento me agarrar em um ponto fixo, em um local seguro, sólido, em um eu que já deixou de existir. Em um dia ensolarado e quente, prévio à noite riscada pela lua, tornei-me outra.

    

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

devaneios em alto mar - experiências da vida

A vida tem destas coisas estranhas... final de semana comprido e intenso. mais para cumprido. mergulho num dia não tão perfeito assim. (not a perfect day). tinha chovido a noite toda e continuava, ao amanhecer. mal tinha dormido devido ao nervosismo. como será o megulho? haverá? as 6 e meia da matina, acordo sem ter dormido direito, nem esquerdo, de lado, de costas. fritando. vamos renegociar. não dá pra mergulhar assim não. onde já seu viu? passeio de barco com chuva. enfim, depois de muito papo faca-na-bota, como tinha que ser (mistura de maranhense com gaúcho com austríaco dá nisso... o lado austríaco ajuda a equilibrar na boemia, porque, afinal, europeu "pode" - leia isso com ironia, pleaseeee), fomos. atravessamos o canal da barra em manhã fria em pleno verão e passamos pelas coisas inéditas da vida da qual falava antes: um carro submerso. depois, diversão e adrenalina em alto mar revolto. maravilha, para quem gosta de emoção. leia eu. no mesmo dia, todas as estações. depois da confirmação de que seria impossível mergulhar naquele mar hipermovimentado (eu já sabia!), voltamos à calmaria da lagoa. poucos peixes, uma lata de cerveja e uma garrafa. um treco-espinho cor-de-rosa. lindo. e aprender a respirar através de um cano de borracha ao som do próprio sugar. a respiração embaixo d água é sonora, rítmica. sim, os pensamentos claustrofóbicos alteram a sonoridade, mas é assim mesmo, o equilíbrio necessita da desordem para agarrar-se a si mesmo novamente. fluxo contrafluxo, smashing pumpkins. ao calor do sol, relaxei: curtindo os mistérios da vida. o fim de semana se prolongou perfeitamente, ativo, em tempo certo. dentre os desgostos e as frustrações, e os "se"s que perseguem os fatos, os feitos, reencontros, novos brindes e um sete marcado no braço. será cabalístico? um sinal? número da sorte? coisas estranhas da vida.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre a (falta de) usabilidade

Uma breve anotação política (para quem lê isso de vez em quando, deve ter percebido que repito o uso de "breve"; além de achar este tempo o mais adequado para os dias de hoje, quando escrevo acabo perdendo os pensamentos de vista - ou de escuta - e, enfim, tudo acaba rápido demais, sem o nexo inteiro. Por exemplo, estava escrevendo esta breve nota enquanto nadava... digamos que agora vai uma segunda versão):
é incrível perceber como ainda somos retrógados.
Não sabemos utilizar nossos espaços, nossas mentes, nossas vidas.
Trata-se de uma falta de aplicabilidade, usabilidade.
Se o mundo ainda está aí (aqui, acolá, elsewhere, everywhere...). está mais do que na hora de aprender a usá-lo; não de qualquer maneira, obviamente. Não é por nada que estamos onde estamos: em declínio de sustentação e em busca de vidas mais autosustentáveis, equilibradas,"ecodificadas".
São coisas simples, pequenas gestões. As coisas mudaram - como sempre mudam, e isso já devia estar introjetado em nossas efêmeras subjetividades, mas parece que não - e, logicamente, mudamos.
No entanto, a tendência - de preservação? depressiva? - é a de manter (a si mesmo, os outros e qualquer coisa ,aterial ou imaterial) em riste; segurar as bordas do tempo.
O virtual não só existe, mas ocupa um espaço fecundo, potencial, crescente, fazendo com que as relações se tornem outras. Isso muda tudo.
O vínculo entre as pessoas é outro: as redes permeáveis, os corpos andarilhos - sem rumo, sem casa, migrantes... - no entanto, as gerências continuam aquém. Passadas, repassadas, remotas.
A demanda: usar os espaços com mais sabedoria, usar os pensamentos e as ideias com mais utilidade, usar os corpos na felicidade... distender-se, alongar-se no prolongamento, ampliar.
Uma ode à usabilidade ética (se é que ainda se sabe o que isso significa) e responsável.  

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ao fluxo textual

Desde que me conheço por gente, ou desde quando me lembro, escrevo.
Até hoje tenho um diário: o tempo passa, as mudanças tomam forma, as idas vão e vem, algumas vezes mais prolongadas, em outras, descompassadas, mas lá está ele.
Quando criança, as palavras eram mais sinceras, objetivas, diretas. Não havia enrolações, nem divagações. Tudo era dito tal qual, com menos repressão e muito menos julgamento de valor.
O diário só foi diário mesmo, ao pé da letra, por pouco tempo, levando em consideração todo o tempo da existência desta prática que me é quase necessária. Lembro daquele caderno amarelo-alaranjado, rabiscado de tinta preta: my diary. Sim, mesmo em língua alheia, e acho que justamente por isso, a escrita fazia-se escorrer.
Depois disso, com as readaptações e novos interesses, o diário passou a não mais estar vinculado à prática do dia-a-dia, mas, sim, ao momento da urgência.
Percebo, agora - novamente - que meu desejo não está vinculado ao decorrer excessivamente rotineiro, ao ato obsessivo e repetidamente controlado, ao movimento de uma nota só.
Mesmo que derrapando, caibo mais livremente no fluxo.  

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Nova

Nova, objetiva e rápida:
na aula de natação, discutíamos a tabela de treino:
por que, no meio do treino, nadar 5x1 ou 25 m moderado e 25m forçado em um total de 200m?
a resposta do professor foi genial - e pode ser a mesma para todas as nossas ações no mundo:
porque, ao variar o ritmo do coração, saímos do movimento padrão, do ritmo ao qual estamos (estávamos) acostumados.
Simple as that: é preciso alterar o passo, compasso e o nado.

sábado, 25 de setembro de 2010

SeCine

Lembro de ter pensado em abrir um blog para escrever especificamente sobre cinema.
Penso muitas coisas e realizo poucas. Bom, nem tão poucas assim. Ultimamente, tenho me surpreendido com a quantidade de coisas que estão acontecendo comigo. Uma fase muito boa a balzaquiana.
A sessão de cine de hoje, para resgate de alguns desejos encalhados, resulta de Julia e Julie ou vice-versa. Não lembro mais quem terminava com a e quem com e.
Filme perfeito para o dia de hoje: sábado em casa.
Depois de ter saído apenas para as compras de mercado (tava mais do que na hora!), liguei o ipod ao som de pearl jam,e iniciei os trabalhos culinários.
É muito prazeroso cozinhar com tempo e com vontade. Uma terapia.
Coloquei a água a ferver, um tablete de caldo de galinha, o arroz com grãos e uma pitada de pimenta do reino em uma panela pequena. Para uma só pessoa, é necessário considerar os excessos.
Paralelamente, cortei - com minha nova faca afiada - tiras de filé mignon (sim, coisa chique. Trés chic). Mantive as tiras embebedadas no shoyo com mais uma boa quantia da mesma pimenta.
Esquentei óleo de girasol em uma panela grande na qual joguei os pedaços macios da carne, que, imediatamente, iniciou seu processo de desidratação. O molho estava tomando vida, aguardando as verduras. Estas já vieram cortadinhas e embaladas. Tenho uma certa preguiça, digamos. para fazer todas as etapas do processo. Se uma delas já vem pronta, aproveito a oportunidade.
Enquanto o arroz cozinhava (o arroz com grão leva meia hora para ficar pronto; mais tempo do que o arroz branco. Sim, este mesmo, inútil para uma alimentação saudável), misturei as verduras com a carne e o molho dela resultante.
Voilà.
O yakissoba estava basicamente pronto. Faltava apenas adicionar mais shoyo e, surpresa!, castanhas de caju advindas daquela outra ilha sobre a qual escrevi em publicação anterior.
Que marrrravilha!
Espalhei o arroz sobre o prato fundo, fazendo dele a base, e, com a concha, o tapei com o yakissoba.
Sentei-me no sofá velho de guerra. liguei o netbook e escolhi Julia e Julie.
Elas estavam arquivadas há bastante tempo; chegara a hora da libertação.
Agora, bicando uma taça do maravilhoso concha y toro, escrevo e agradeço.
Bon appétit!   

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Da ilha à ilha

Esta vida é mesmo uma caixinha de surpresa: quando menos esperamos, surgem possibilidades quase que pré-destinadas, quase que fadadas a acontecer.
Da ilha de Florianópolis à ilha de São Luis. Lembra um pouco a música do Chico. No meu caso: minha vó e mãe são maranhenses, de São Luis; meu pai, porto alegrense. Meu avó, vienense. Enfim, são várias as origens.
Nesta postagem, escrevo sobre minha visita a São Luis, de pouco mais de um dia, apenas, entre dois dias de aeroportos e céus. É inevitável: os movimentos se repetem.
Hoje, moro em uma ilha: quem diria?
São Luis veio-me atualizando um passado não meu. Conheci parentes que me viram nascer, mas não os reconheci racionalmente; apenas me emocionei com nossa presença depois de mais de 30 anos.
Estes momentos são inexplicáveis - quase como aquela propaganda genial: "tem coisas que o dinheiro não compra" - e as horas de intervalos entre os vários vôos  (pinga-pinga no céu) - com direito a ver Elke Maravilha de perto - valem a pena.
 

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

um dois três de oliveira quatro

As coisa são assim.
Simples, like that.
Nada além, nada aquém, apenas a existência.
O nome que recebemos, por mais estranho que soe, é o nome que recebemos: um dois três de oliveira quatro.
And that's life.
Poderia ser diferente, sim, é claro, mas é o que é.
Não por isso, não possa ser outra coisa: aliás, é sempre outra coisa, em outro momento, ínfimo e inapreensível instante.
A coisa não pode ser tão complexa quanto imaginamos: estamos aqui, ali e lá.
Simple as that.
Sem querer, e já soando como autoajuda, com ou sem hífen: viva!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

os irmãos cone

horário de almoço.
do flié minhau ao novo xópi da palhoca: é preciso mudar.
filé de gato nem sempre faz bem e pode, assim como a carne de minhoca mac, viciar.
vai ver tem alguma substância atraente ao cérebro.
vá saber.
lá estava ele, o cone.
eternamente quase sempre atropelado: com veste listrada. aprisionado no laranja fosforecente.
está ali para ser visto.
mundo do espetáculo.
tenho um cone aqui comigo, descansando em paz, entre a biblicleta azul de pneus vazios e a placa de não estacione.
a vida é rápida: disso ninguém duvida.
e lá estava ele, o irmão cone.
sim, por um momento, ele estava lá, entre a cris e eu, seguro, amarrado no cinto de segurança. Tal qual gente grande.
mas não havia espaço.
o outro carro estava mais do que atolado: 6 contra 4.
sim, um pode voltar conosco.
afinal. estavamos mesmo com quase 5: um na barriga.
na volta, momento digestivo depois de um prato de massa - lightmente vegetariano, of course - e de um milkshake arrebatador, o bebê cone: vesttido de abelha.
o dia se deveu, em muito, aos irmãos cone.
an ode to our imagination!

sábado, 28 de agosto de 2010

Pqs

Não é pqp, leia bem: pqs.
Desde sempre eles estão lá, atazanando nossas pequenas grandes cabeças infantis.
A busca pelo sentido da funcionamento das coisas: desde as cerdas da escova de dentes até Deus.
Por que isso, por que aquilo.
Com ou sem acento, o por junto do que e o por separado do que.
Só descobrimos mesmo poucas coisas, nada de descobertas mirambolantes, nada que nos deixe fascinados, plenamente modificados - e falo apenas das coisas mais palpáveis, reais, digamos assim, como o movimento das cerdas com uso de pilhas.
Sobre Deus, nada. Aliás, muito, o que dá no mesmo.
Mas, enfim, meu porque que deu origem a este fragmento textual é simples:
Por que, em um dia lindo, ensolarado, veranil em pleno agosto, sábado, sem comprissos nem horários, depois de dois belos e gelados chopps no mercado público com uma amiga de longa data, a dor de cabeça?

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sobre a gema

Uso lentes de contatos
Às vezes respiro melhor na água do que no ar
Não sei fazer uma coisa só
Adoro unhas coloridas
Corto cabelos compulsivamente
Sou fissurada pela linguagem
Trocadilhos e dislexia
Acredito nos encontros e desencontros
Tento ser menos programática e programada
Eventualmente, fluo