sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre a (falta de) usabilidade

Uma breve anotação política (para quem lê isso de vez em quando, deve ter percebido que repito o uso de "breve"; além de achar este tempo o mais adequado para os dias de hoje, quando escrevo acabo perdendo os pensamentos de vista - ou de escuta - e, enfim, tudo acaba rápido demais, sem o nexo inteiro. Por exemplo, estava escrevendo esta breve nota enquanto nadava... digamos que agora vai uma segunda versão):
é incrível perceber como ainda somos retrógados.
Não sabemos utilizar nossos espaços, nossas mentes, nossas vidas.
Trata-se de uma falta de aplicabilidade, usabilidade.
Se o mundo ainda está aí (aqui, acolá, elsewhere, everywhere...). está mais do que na hora de aprender a usá-lo; não de qualquer maneira, obviamente. Não é por nada que estamos onde estamos: em declínio de sustentação e em busca de vidas mais autosustentáveis, equilibradas,"ecodificadas".
São coisas simples, pequenas gestões. As coisas mudaram - como sempre mudam, e isso já devia estar introjetado em nossas efêmeras subjetividades, mas parece que não - e, logicamente, mudamos.
No entanto, a tendência - de preservação? depressiva? - é a de manter (a si mesmo, os outros e qualquer coisa ,aterial ou imaterial) em riste; segurar as bordas do tempo.
O virtual não só existe, mas ocupa um espaço fecundo, potencial, crescente, fazendo com que as relações se tornem outras. Isso muda tudo.
O vínculo entre as pessoas é outro: as redes permeáveis, os corpos andarilhos - sem rumo, sem casa, migrantes... - no entanto, as gerências continuam aquém. Passadas, repassadas, remotas.
A demanda: usar os espaços com mais sabedoria, usar os pensamentos e as ideias com mais utilidade, usar os corpos na felicidade... distender-se, alongar-se no prolongamento, ampliar.
Uma ode à usabilidade ética (se é que ainda se sabe o que isso significa) e responsável.