domingo, 20 de maio de 2012

Rango pronto, texto escrito, é só abocanhar


E se eu colocar mais queijo do que pão? Seria queijo-pão?

Começou assim minha viagem culinária e o texto. Portanto, ele já está praticamente pronto, basta apenas colocá-lo no papel, ou na tela, enfim.

Fichinha.

Vejam que o mais importante nisso tudo não é o tema a ser desenrolado, mas o desejo da escrita, aquela coisa que vem do nada e toma posse. (Meu pai e eu estávamos impressionados, dia desses, com o Stephen King: o cara é, literalmente, uma máquina de escrita e não escreve qualquer coisa. Ah, e ele é mais de um).

Os parêntesis vão, sim, atravessar a narrativa. São inevitáveis ao meu modo, digamos assim, de pensamento associativo. Sim, pequenas redes vão se formando. Por isso, a dificuldade em escrever algo que tenha início, meio e fim. Sempre me dei mal com essas coisas lineares (redações na escola... argh!), em todos os sentidos.

Por isso, também, meus textos não se prolongam... as ideias vão se misturando umas às outras e... o que mesmo queria dizer? Pois é, o que podemos chamar de “essência” do texto dura, aproximadamente, 3 linhas.

Mas vamos lá... quem sabe, com a prática e tal.

Pois bem, a experiência culinária: estava eu lá, logo ali, socando a massa – ou seja lá o que for aquilo (os travessões também são constantes) - e, do queijo-pão, pensei nos relacionamentos. Nas medidas. Nos prolongamentos. No excesso de um e na falta do outro. Nos cortes. Nos tamanhos.

Como, mesmo, lidar com tudo isso?

Aí, de novo, o pensamento lógico, simples, sem lero-lero: o lidar lida por si só, assim como o texto se faz, antes mesmo de um aviso.

Agora, rango pronto, texto escrito, é só abocanhar.


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