Uma constante: em todo o fim sempre há o início
um dia eu soube que escreveria sobre isso...
premonição?
antecipação?
desejo?
não sei.
só sei que um dia escreveria sobre isso
o tempo que passa e as atualizações sem registro
um blog que nasceu em plena potência e que, agora, míngua
existe quase sem existir
paira, quase sem vida, meio místico, meio pó
no mais, fica o registro de que esse tempo da pausa parece necessário à retomada
em breve.
nasceu quando os outros nomes já haviam sido tomados. gema de ovo - egger, remetendo ao nome de família, de geração. diz respeito ao âmago, às profundezas da alma. com o tempo, assumiu a postura de imperativo do verbo gemer. daqui pra diante, sabe-se lá.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
SeCine: uma experiência de algum tempo
A sensação de tempo sofre uma distorção similar à experienciada em Trainspotting, outro filme genial do inglês Danny Boyle. A angústia e o desespero também se presentificam. Por quantas horas teria que suportar aquilo? pensei. Será que as 127 horas pressupostas na narrativa sejam equivalentes a 127 minutos de presença-distância do eu-espectador? Algum trocadilho? Alguma teoria sobre um novo tempo de experiência daquele que assiste? Mas estes perguntas vieram depois, é claro: naquele a posteriori da compreensão, da absorção, da modificação, da celebração.
As 127 horas vivenciadas em um quase monólogo trazem à tona uma noção muito mais ampla de tempo: para além do chronos, a influência constante da memória nas nossas percepções - a concepção de duração do filósofo Bergson - e, portanto, na construção de nosso presente, assim como as alucinações - fragmentos desvinculados de tempo - afloradas pela falta das nossas necessidades básicas: água, alimento, calor.... E, é claro, o desejo por um tempo futuro, devir (vide outro filósofo aue trata da vida, Deleuze), a busca dos nossos sonhos, produzido, essencialmente, pelo nosso instinto de sobrevivência. A pulsão de vida quase sempre é mais eficiente do que a de morte. Freud.
Neste contexto, as 127 horas se ampliam em passado, presente e futuro, tal qual um elástico; neste caso, à corda que amarra e desliza o corpo nas escaladas dos sonhos, das buscas. Na viagens da vida, algumas quedas são inevitáveis. Nos deparamos com percursos mais rochosos, é verdade, mas também com momentos tão singulares, tão simples - presentes.
Raramente nos damos conta da nossa existência frágil e efêmera e de como a vida passa, enquanto fazemos planos (adaptação dos Beatles, para pingar algumas notas na tela). Aquele ideia recorrente de que vemos a vida passar pela janela de nossos pequenos cubículos existenciais.
A influência do cinema - das artes, em geral - é tão significativa que, ao término das 127 horas ficcionais, saí para caminhar, correr, me deparar com a abertura do céu. Choveu durante todo o percurso. Tomei o melhor banho de chuva da minha vida. De novo.
A sensação de tempo sofre uma distorção similar à experienciada em Trainspotting, outro filme genial do inglês Danny Boyle. A angústia e o desespero também se presentificam. Por quantas horas teria que suportar aquilo? pensei. Será que as 127 horas pressupostas na narrativa sejam equivalentes a 127 minutos de presença-distância do eu-espectador? Algum trocadilho? Alguma teoria sobre um novo tempo de experiência daquele que assiste? Mas estes perguntas vieram depois, é claro: naquele a posteriori da compreensão, da absorção, da modificação, da celebração.
As 127 horas vivenciadas em um quase monólogo trazem à tona uma noção muito mais ampla de tempo: para além do chronos, a influência constante da memória nas nossas percepções - a concepção de duração do filósofo Bergson - e, portanto, na construção de nosso presente, assim como as alucinações - fragmentos desvinculados de tempo - afloradas pela falta das nossas necessidades básicas: água, alimento, calor.... E, é claro, o desejo por um tempo futuro, devir (vide outro filósofo aue trata da vida, Deleuze), a busca dos nossos sonhos, produzido, essencialmente, pelo nosso instinto de sobrevivência. A pulsão de vida quase sempre é mais eficiente do que a de morte. Freud.
Neste contexto, as 127 horas se ampliam em passado, presente e futuro, tal qual um elástico; neste caso, à corda que amarra e desliza o corpo nas escaladas dos sonhos, das buscas. Na viagens da vida, algumas quedas são inevitáveis. Nos deparamos com percursos mais rochosos, é verdade, mas também com momentos tão singulares, tão simples - presentes.
Raramente nos damos conta da nossa existência frágil e efêmera e de como a vida passa, enquanto fazemos planos (adaptação dos Beatles, para pingar algumas notas na tela). Aquele ideia recorrente de que vemos a vida passar pela janela de nossos pequenos cubículos existenciais.
A influência do cinema - das artes, em geral - é tão significativa que, ao término das 127 horas ficcionais, saí para caminhar, correr, me deparar com a abertura do céu. Choveu durante todo o percurso. Tomei o melhor banho de chuva da minha vida. De novo.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Black swan
SeCineCisne
Era mais ou menos 3 horas da manhã, entre o sábado e o domingo de mais um mês repetido.
Sem sono e sem horário, na escuridão e serenidade da noite, cisne negro.
Durante a tensão daquele tempo mínino, ínfimo, o absoluto da imagem, da transformação, do rompimento.
Filme que dá a ver o desenrolar instigante do registro imaginário... imagem, imagem, imagem sobreposta ao simbólico e interagindo diretamente no real do corpo cru, indefeso, tomado e descartado.
Penas negras metamorfoseando o corpo branco, pálido, infante.
Arte encenando os extremos e em potência fértil, acenando saídas, linhas coreografadas de fuga, buracos rompantes à fragilidade psíquica.
Era mais ou menos 3 horas da manhã, entre o sábado e o domingo de mais um mês repetido.
Sem sono e sem horário, na escuridão e serenidade da noite, cisne negro.
Durante a tensão daquele tempo mínino, ínfimo, o absoluto da imagem, da transformação, do rompimento.
Filme que dá a ver o desenrolar instigante do registro imaginário... imagem, imagem, imagem sobreposta ao simbólico e interagindo diretamente no real do corpo cru, indefeso, tomado e descartado.
Penas negras metamorfoseando o corpo branco, pálido, infante.
Arte encenando os extremos e em potência fértil, acenando saídas, linhas coreografadas de fuga, buracos rompantes à fragilidade psíquica.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Saltos à liberdade
Um dos tantos
Bom, la vou eu começar a escrever alguma coisa da qual ainda não sei.
Algumas palavras vão aparecer sem acentos, conforme teclado ou meu desconhecimento de uso do mesmo.
Na verdade, esta publicação vira (futuro) como a diary entry, mais um dia no diario, diario.
Hoje me dei conta de algumas mudanças em mim, ou melhor, do que eu não mais sou.
Em uma noite destas, me senti novamente na adolescência, em pleno ar livre na madrugada.
Coisas que não faço mais; o tempo mudou, a liberdade da rua ja não é mais a mesma.
Mais ou menos uma semana depois, adolescente de novo; ou, quem sabe, em uma fase ainda anterior.
De tanto sambar - curtindo o momento do calor, da energia da bateria, da alegria com os amigos, da magia da vida - meus pés formaram bolhas. Sim, creio terem sido bolhas, mas, quando avistadas e sentidas, ja tinham se tornado rasgaduras embaixo dos dois dedões dos pés.
Sim, ao menos sou uma pessoa simétrica em termos de passos...
Este acontecimento tipico da infância, no meu caso, me deixou com dois machucados à base de antisséeptico e nebacetina; tentei comprar rifocina, mas, antibioticos precisam de receitas médicas atualmente, assim como nos, seres humanos. So um parêntesis: creio que esta politica poderia ser efetiva, desde que estivesse de acordo com um sistema de saude publica eficaz e coerente; o que, obviamente, não é o caso.
Anyways, voltando ao rumo, mesmo sem sair do lugar (as piadas tendem a acompanhar meus textos, assim como as risadas acompanham meus pensamentos) e com os pés pra cima, penso nas "perdas" do final de semana; no que tinha planejado fazer, no que terei de deixar de fazer/aproveitar.
O resultado é o seguinte: estou tranquila e não desejo estar fazendo coisa alguma além do que estou fazendo agora.
Se o plano A não deu certo e tornou-se perda, que venha o plano B.
E que as perdas sejam cada vez mais toleradas, não enquanto frustração, mas enquanto liberdade do planejamento.
Bom, la vou eu começar a escrever alguma coisa da qual ainda não sei.
Algumas palavras vão aparecer sem acentos, conforme teclado ou meu desconhecimento de uso do mesmo.
Na verdade, esta publicação vira (futuro) como a diary entry, mais um dia no diario, diario.
Hoje me dei conta de algumas mudanças em mim, ou melhor, do que eu não mais sou.
Em uma noite destas, me senti novamente na adolescência, em pleno ar livre na madrugada.
Coisas que não faço mais; o tempo mudou, a liberdade da rua ja não é mais a mesma.
Mais ou menos uma semana depois, adolescente de novo; ou, quem sabe, em uma fase ainda anterior.
De tanto sambar - curtindo o momento do calor, da energia da bateria, da alegria com os amigos, da magia da vida - meus pés formaram bolhas. Sim, creio terem sido bolhas, mas, quando avistadas e sentidas, ja tinham se tornado rasgaduras embaixo dos dois dedões dos pés.
Sim, ao menos sou uma pessoa simétrica em termos de passos...
Este acontecimento tipico da infância, no meu caso, me deixou com dois machucados à base de antisséeptico e nebacetina; tentei comprar rifocina, mas, antibioticos precisam de receitas médicas atualmente, assim como nos, seres humanos. So um parêntesis: creio que esta politica poderia ser efetiva, desde que estivesse de acordo com um sistema de saude publica eficaz e coerente; o que, obviamente, não é o caso.
Anyways, voltando ao rumo, mesmo sem sair do lugar (as piadas tendem a acompanhar meus textos, assim como as risadas acompanham meus pensamentos) e com os pés pra cima, penso nas "perdas" do final de semana; no que tinha planejado fazer, no que terei de deixar de fazer/aproveitar.
O resultado é o seguinte: estou tranquila e não desejo estar fazendo coisa alguma além do que estou fazendo agora.
Se o plano A não deu certo e tornou-se perda, que venha o plano B.
E que as perdas sejam cada vez mais toleradas, não enquanto frustração, mas enquanto liberdade do planejamento.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Votos de mais um re-inicio
Depois de um merecido mini-recesso, retorno à maquina, com alguns acentos faltantes e um teclado avulso a ser adquirido.
Nesta passagem de 2010 a 2011, meu lema é o seguinte: quanto menos, melhor.
Menos stress, menos peso nos ombros, leveza, lightness.
Quanto maior o menos - mesmo que isso soe contraditorio, impossivel, uma afronta à racionalidade do pensamento - mais espaço, liberdade, conquista, paz, coletividade, amor.
Mais risos. Mais consideração pelos detalhes, pelas pequenas e grandiosas coisas que nos afetam e que são afetadas pelo nosso afeto.
Felicidade espontânea no tempo medido, apreendido pelos nossos infimos corpos imersos nisso tudo que ha.
Menos acentos, mais prazer. Menos culpa, mais existencia. Menos rancor, mais amor. Menos egoismo, mais respeito.
Desejo que do menos, possamos abrir mais.
Feliz 2011!
Depois de um merecido mini-recesso, retorno à maquina, com alguns acentos faltantes e um teclado avulso a ser adquirido.
Nesta passagem de 2010 a 2011, meu lema é o seguinte: quanto menos, melhor.
Menos stress, menos peso nos ombros, leveza, lightness.
Quanto maior o menos - mesmo que isso soe contraditorio, impossivel, uma afronta à racionalidade do pensamento - mais espaço, liberdade, conquista, paz, coletividade, amor.
Mais risos. Mais consideração pelos detalhes, pelas pequenas e grandiosas coisas que nos afetam e que são afetadas pelo nosso afeto.
Felicidade espontânea no tempo medido, apreendido pelos nossos infimos corpos imersos nisso tudo que ha.
Menos acentos, mais prazer. Menos culpa, mais existencia. Menos rancor, mais amor. Menos egoismo, mais respeito.
Desejo que do menos, possamos abrir mais.
Feliz 2011!
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